A Cadeira de Balanço Pito é inspirada na figura do caipira picando fumo — um momento de observação, reflexão e conversas internas e externas em meio à lida do campo — e nas estruturas dos currais do interior de Minas, que fazem parte das memórias da minha infância. A peça traduz a rusticidade vernacular em uma linguagem contemporânea.

Construída em tábuas de madeira maciça, sua estrutura explora a repetição de planos verticais e horizontais, evocando o ritmo visual das cercas do curral e criando um jogo de luz e sombra. Sem ferragens, a cadeira se mantém por meio de encaixes e cavilhas. O encosto esculpido artesanalmente adiciona uma camada sensorial à peça, convidando ao toque.

Sentar-se nela exige uma entrega corporal para iniciar o movimento pendular. O assento baixo remete à forma de descanso do homem do campo, aproximando o corpo da terra e evocando um senso de enraizamento. A textura entalhada, a ausência de pregos ou parafusos e o balanço intencional fazem dessa cadeira uma experiência tátil e meditativa.